Um problema de saúde pública está incomodando a população de Bezerros. Quem acorda cedinho para trabalhar se depara com uma cena triste e preocupante. O lixão da cidade queima noite à fora e a fumaça está entrando nas casas dos moradores deixando no céu um rastro de poluição e mau cheiro. O problema não é de hoje, mas nos últimos meses está cada vez mais perceptível.
A primeira impressão é que a cidade está coberta por uma névoa natural, mas o odor forte indica que o lixão, localizado às margens do Rio Ipojuca, está pegando fogo. Alguns moradores já não aguentam mais a fumaça que entra pelas frechas das portas e janelas. Um comerciante e morador da Rua da Matriz, que preferiu não se identificar disse que é difícil dormir quando o lixão está queimando. “Não tem quem aguente isso. As vezes eu acordo de madrugada sufocado com a fumaça”, relatou ele que mora a mais de 2 quilômetros do local das queimadas.
A dona Maria Josefa, conhecida como Zefinha, também anda incomodada com a situação. “De noite quando a gente sente o cheiro de fumaça já sabe que vem de, é uma agonia meu filho”, falou a dona de casa que mora na Rua da Estrela.
As chuvas que caíram nos últimos dias deram uma trégua nas queimadas do lixão. De acordo com catadores que trabalham no local, o fogo começa de forma inesperada quando o trator empurra o lixo em uma barreira para dar espaço para mais resíduos que chegam. Ela diz que quando os materiais são jogados contra a encosta pegam fogo sem ninguém atear.
Aterro Sanitário
Especialistas dizem que Bezerros já deveria ter um Aterro Sanitário. O tema foi discutido várias vezes pela Câmara de Vereadores, mas o assunto nunca saiu dos debates para ser posto em prática. Cidades vizinhas como Gravatá e Sairé saíram na frente e dispõem de locais apropriados para o depósito do lixo. Hoje esses dois municípios estão sendo considerados referência no tratamento do lixo e os problemas das queimadas não existem mais.
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